Dolce Vita | domingo, 2 de fevereiro de 2020

Brilhando na apresentação do tema da Casacor Minas 2020, a arquiteta Ana Paula Rohlfs

Foto: Edy Fernandes


Emprestando sua beleza para a coluna, no mesmo evento que aconteceu nos jardins do Palácio das Mangabeiras, Sylvia Saber

Foto: Edy Fernandes


Cheia de charme, Gabriela Faccio, sempre fazendo e acontecendo

Foto: Edy Fernandes


Hipocrisia da hora

Com a autoridade e experiência de jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e “personal branding” luso-brasileiro, Fabiano de Abreu Rodrigues é autor do livro “Viver Pode Não Ser Tão Ruim” e também do texto que resumiremos a seguir. “A hipocrisia faz o errado parecer certo”. O famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” é conhecido e praticado.

Hipocrisia gentil

“A hipocrisia pode evitar guerras”, como reza o dito popular, mas, ao mesmo tempo, pode ser definida como o ato de fingir crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui, a hipocrisia faz com que frequentemente o indivíduo exija que os outros se comportem dentro de certos parâmetros de conduta moral que a própria pessoa não exerce. A hipocrisia pode nascer de um conhecimento do que tem que ser feito ou do que é certo, mas não se traduz na prática e nem sempre acontece por maldade.

Hipocrisia cordial

“Sabemos o que é certo e o que é errado e o que é necessário para atingir algo almejado. Por isso, só determinamos hipócrita aquele que fala o que tem que ser feito, mas não faz”. Mas a questão vai além, pois flerta com a definição de certo ou errado que nem sempre é unânime. Fabiano de Abreu exemplifica que o maior problema da dicotomia entre as regras de conduta é que elas levam ao medo da rejeição da massa.

Hipocrisia cruel

Certo e errado. Prejuízo e ajuda. A guerra é um bom exemplo. Em análise, é possível inferir que muitos evitaram combater a Alemanha de Hitler para evitar a morte de alguns. Mas, ao protelar a guerra, deixaram que morressem milhões. “Queremos a paz, mas para ter paz pode ser necessário fazer a guerra. Ou seja, o correto agora pode não ser o correto depois, ou o correto para o depois pode ser o que parece ser errado agora”.

Cruel manipulação

As redes sociais afetam o comportamento de quem as consome. O uso exagerado e alienado da realidade pode trazer inúmeros prejuízos emocionais e físicos. O Instagram é uma das redes sociais mais nocivas do mundo, afetando o sono, a autoimagem e a percepção de acontecimentos. Facebook e Snapchat vêm logo em seguida.

Cruel alienação

Fabiano de Abreu aponta que a vida nas redes se assemelha à uma encenação, onde a ostentação e a venda de uma vida perfeita levam a manipulação dos usuários. “As redes sociais engoliram de vez a mídia televisiva e a tendência é que engula as pessoas também, em especial pela característica de controle e influência onde modas temporárias de vestimenta, consumo e comportamento se tornam referência mundial, rapidamente”.

Cruel consumação

Um exemplo é o consumismo exagerado, que tem como principal aliado a base de dados que dita o comportamento dos usuários. “Sofremos porque hoje somos bombardeados por propagandas de empresas que nos conhecem extremamente bem. Eles possuem todos os nossos dados, e com os nossos desejos em mão, nos oferecem constantemente, mais e mais opções para que possamos comprar, comprar e comprar”.


Lança-perfume

* O consumismo leva ao endividamento, já que a vida financeira está baseada não no que se precisa, mas na ansiedade de consumir o que as redes “mandam”.

Tem muita gente “na lama”, mas que não deixa de ostentar vida boa nas redes sociais, onde são peças facilmente manipuláveis.

Você consome porque gosta ou porque foi influenciado? “O que você veste é você? O fast-fashion é o melhor exemplo.

A moda chega mais rápido ao consumidor final e, nas redes sociais, ela funciona como uma espécie de cartel.

E não é apenas o consumismo de bens que as redes podem influenciar. De acordo com Fabiano de Abreu, músicas também podem seguir a mesma lógica.

“Hoje existem os hits comerciais que viram sucesso em questão de minutos, basta encaminhar em massa em aplicativos de mensagens ou nas redes sociais”.

“Passamos a viver como se todos tivessem que cantar e escutar os mesmos estilos de música para se sentirem pertencentes a um grupo”.

Porém, mais preocupante que a massificação de gostos é a apatia do indivíduo que não dá um tempo para refletir sobre seus consumos e preferências.

“Desde que o mundo é mundo seguimos aceitando ser manipulados como uma máquina, mas de uns tempos para cá, essa manipulação ficou mais evidente”.

“Entra-se no sistema dos influenciadores das redes sociais, gestores das plataformas digitais e da mídia em geral que selecionam, filtram e determinam o que será consumido pela grande massa, o padrão a ser seguido”.

“Já se deu conta que quando você pega o seu celular só aparecem as coisas que, ou você acabou de pesquisar no Google, ou aquilo que se tornou viral na internet e todos estão vendo?”.

Apenas uma minoria entende que as grandes potências controlam tudo e possuem o máximo poder, pois possuem todas as informações sobre nós.

Democratização da mídia ou fábrica de “fake news”, onde todos são especialistas em tudo, todo mundo tem a opinião certa sobre tudo?

A boa notícia é que “tudo possui o lado positivo e o lado negativo, por isso precisamos ficar atentos.