Dolce Vita | domingo, 19 de setembro de 2021

Por falar em Turismo e monumentos, Ana Livia Werdine. Foto: Edy Fernandes

Redescobrindo Minas

Pela primeira vez, desde Aleijadinho - com gaiato exagero - o governo de Minas, via Secretária de Estado de Cultura e Turismo, mostra-se preocupado, interessado; encarando e incentivando o Turismo como fonte de recursos e sustentabilidade; fonte de receita, dinheiro, grana, com responsabilidade, cultura e inteligência. Minas descobre que Turismo é Economia saudável e convivial.

Redescobrindo Ouro Preto

Assim, descobrimos São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto, um dos três destinos brasileiros selecionados pelo Ministério do Turismo (MTur) para participar do concurso "Melhores Vilas Turísticas do Mundo", promovido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), agência das Nações Unidas. Nada mal, tudo ótimo e palmas para quem as merece.

Redescobrindo o Turismo

O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, celebra a indicação. “O turismo rural tem crescido de maneira vertiginosa e São Bartolomeu ser escolhido para representar o Brasil é mais um motivo de comemoração e orgulho para nós, que somos um povo do interior do Brasil e temos um carinho especial pela nossa terra. Isso é sinônimo de pertencimento, de memória afetiva”.

Turismo & Indústria

Continua Leônidas: “Minas possui inúmeros distritos, cada um com suas características, mas é comum em todos eles o acolhimento, a tradição e a excelência da cozinha mineira”. O vilarejo foi inscrito por meio de chamada pública pela Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio da Prefeitura de Ouro Preto.

Turismo é Indústria

“Ouro Preto já havia recebido, pelo distrito de Lavras Novas, o título de um dos destinos mais acolhedores do Brasil, pelo Travellers Review Awards 2021, da plataforma Booking.com, e agora comemora São Bartolomeu como uma das melhores Vilas Turísticas do Mundo. Um pequeno vilarejo que dispensa porta-vozes e mostra toda a sua beleza através dos moradores: pessoas monumentais”, comenta Rodrigo Câmara, secretário Municipal de Turismo.

Turismo é ouro

Com 730 habitantes, a cerca de 18 km de Ouro Preto, o povoado de São Bartolomeu foi fundado nos anos finais do século 17 pelos bandeirantes, em busca de ouro, sendo um dos mais antigos de Minas. Entre os vestígios do período áureo destaca-se a Igreja de São Bartolomeu, cujos altares apresentam o Estilo Nacional Português.

Ouro doce

São Bartolomeu é muito conhecido como a terra dos doces artesanais. A tradição dos doces de frutas possui registro como patrimônio imaterial de Ouro Preto, desde 2008. Entre os produtos, o mais famoso é a goiabada cascão. Outro trunfo é a religiosidade, que tem o santo que dá nome ao local como padroeiro: São Bartolomeu, celebrado em 24 de agosto, juntamente com a Festa do Divino Espírito Santo.

Ouro líquido

O distrito possui ainda belo casario setecentista; belezas naturais - já que fica às margens do Rio das Velhas, é cercado pelo Parque Estadual do Uaimii - e festejos bastante tradicionais. Em abril, a Festa Cultural da Goiaba. Em agosto, a Festa de São Bartolomeu e do Divino Espírito Santo, também registrada como patrimônio imaterial de Ouro Preto, desde 2014.

Ouro certo

Puxada a brasa para nossa sardinha em forma de doces e queijos, poderíamos fazer o mesmo com nossos vinhos do Sul de e as cachaças do norte. Isso, sem entrar na clássica e internacional comida mineira. Como exemplo de que estamos no caminho certo das pedras preciosas e da mina de tesouros, exemplo que vem de Portugal, incluindo as “irmãs” Itália e Grécia: a exploração destes três lindos e milenares países como ícones do Enoturismo, ou seja, o turismo de degustação de vinhos.

Ouro tinto

O Enoturismo brinda os espaços rurais; espaços que nunca estiveram tão em voga quanto agora, tempos de pandemia, sem perigosas aglomerações e muito ar livre, natureza. O evento mais recente foi a 5ª Conferência Mundial de Enoturismo, no vilarejo de Monsaraz, no Alentejo, em Portugal, reunindo especialistas, nacionais e internacionais, em vinhos e Enoturismo.

Ouro rural

“Enoturismo - Um Motor de Desenvolvimento Rural” foi o tema da conferência da Organização Mundial de Turismo (OMT). Sim! A mesma OMT que elegeu e promove São Bartolomeu, em Ouro Preto. Coincidência? Nada! Política, estratégia cultural e turística. Nos dias 9 e 10, foi abordada “a contribuição do Enoturismo para a integração social e econômica regional”, assim como o seu “potencial para gerar oportunidades de desenvolvimento em destinos rurais remotos”.

Por falar em Turismo e escultura, Janaina Pacheco. Foto: Edy Fernandes

Lança Perfume

*Pausa para compararmos Minas ao Alentejo, com todas as ideais semelhanças.

“O Alentejo é feito de tranquilidade e melancolia. São aldeias pitorescas, pessoas simpáticas e um portfólio interminável de prazeres…”.

“Da sua costa, selvagem e intocada, ao seu interior repleto de locais históricos, o Alentejo é um misto de crenças e de suspeições”.

“A fama da sua gastronomia já está há muito consolidada. A certeza de que a qualidade do seu turismo e as características ímpares dos seus vinhos, serão brevemente reconhecidos como de qualidade mundial, é já hoje uma realidade insofismável”.

Voltando à conferência. “A época atual é recheada de desafios sem precedentes que nos obrigam a adaptar e repensar a contribuição chave do Turismo para o desenvolvimento rural”, realçou a OMT”.

Por isso, “é essencial debater e encontrar soluções concretas para fazer do Turismo um instrumento fundamental para destinos e comunidades rurais mais sustentáveis, inclusivos e resilientes”.

Por falar em Turismo e degustação de belezas, Marcela Bartolomeo, Juliana Vasconcelos e Bruna Grunella. Foto: Arquivo Pessoal

*Mudando da água para o vinho, quer dizer, do vinho para o whisky, outro lindo exemplo de turismo, gastronomia e degustação etílica.

“Johnnie Walker Princes Street” é o novo espaço de experiência de Johnnie Walker em Edimburgo, Escócia.

A atração – um marco global da marca de 200 anos -  é peça central do investimento de 185 milhões de libras da Diageo no turismo do uísque na Escócia.

No coração da capital escocesa, na famosa Princes Street - em um prédio histórico, com mais de seis mil metros quadrados, distribuídos em oito andares, a Johnnie Walker Princes Street.

A mais moderna tecnologia para transformar a tradicional experiência do tour de uísque.

Entre os objetivos e diferenciais, levar o conceito de personalização ao grau máximo, nunca visto antes.

Na “Johnnie Walker Journey of Flavour”, por exemplo, visitantes têm suas preferências pessoais de sabor mapeadas com bebidas adaptadas ao seu paladar.

Com mais de 800 combinações de sabores, uma pessoa poderia visitar o espaço todos os dias, por mais de dois anos e não ter a mesma experiência duas vezes.

E ainda: a adega - com alguns dos mais originais barris do destilado do mundo amadurecendo suavemente e aguardando degustação.

Na loja experimental de última geração, os clientes podem escolher entre os uísques únicos e mais exclusivos.

Encher garrafas direto de barris e gravá-las; além de dois bares, com vista de tirar o fôlego.

Na cobertura, o “Explorers’ Bothy” é um bar de uísque que oferece mais de 150 diferentes rótulos e o “1820” é especializado em coquetéis.

O espaço abre as portas com o maior prêmio de sustentabilidade para uma atração turística, o Green Tourism Gold Award.

Isso porque conta com um telhado verde - coberto de plantas e com alimentadores de pássaros para estimular a biodiversidade - e plantações de ervas para os drinques.