Dolce Vita | domingo, 19 de abril de 2020
Trio de chiques e elegantes: Luiza Faria, Ana Gutierrez e Raquel Mattar
Foto: Edy Fernandes
Fazendo e acontecendo na noite de Beagá: Iracema Lichter e Mariana Patrus
Foto: Edy Fernandes
Liquidando beleza: Nathalia Junqueira
Foto: Edy Fernandes
Mundo paralisado
Infelizmente, a coluna, como o mundo, continua monotemática: o assunto único é a Covid-19, a quarentena. Infelizmente, também, aumentam os sinistros números de mortes, da crise econômica, do desemprego e da recessão. Os mais pessimistas e/ou realistas dizem que esta depressão pode ser igual ou pior que a de 1929, que faliu o mundo e causou a 2ª Guerra Mundial. Assim, “mesmo com toda a lama”, vamos tentar fazer um apanhado de consequências positivas que, por outro lado, mostra outras, de novo, bem negativas. Esperamos que, no final, o saldo, a diferença entre as duas não seja tão grande.
Mundo preocupado
Por exemplo, nosso amigo, Flávio Almeida, da Almeida Gomes Seguros, com forte atuação no mercado de seguro para obras de arte, aqui e nos Estados Unidos, relata: “A pandemia afetou de forma positiva e negativa o mercado segurador. Para as carteiras de seguro viagem, seguro saúde e seguro de vida o impacto é positivo, aumentando a demanda e procura por esses produtos”.
Mundo inseguro
“Já para riscos de ‘property’ (propriedade), como incêndio, automóveis e afins, o mercado desacelerou face à incerteza dos cidadãos de como ficará a economia. Sem dúvida, tempos de resiliência, de repensar o mercado. As empresas seguradoras como demais empresas certamente deverão mudar o formato, produtos e ter um novo foco para os mercados em geral”.
Mundo raro
Boa lembrança, a de Flávio. Realmente, as seguradoras terão muito menos a pagar, por exemplo, em seguros de automóveis, já que a maioria deles está parada nos estacionamentos e garagens. Em compensação, este confinamento promete ser muito lucrativo para os serviços essenciais, como supermercados, padarias, sacolões, farmácias, vendas por delivery ou online e, sem morbidez, as funerárias.
Mundo marítimo
A Covid-19 poupa nem o mar. A Prefeitura de Angra dos Reis proibiu a circulação de todos os barcos e lanchas de lazer. Só o transporte de passageiros pode funcionar. As férias e feriados na praia estão completamente desaconselhados. Na Europa, até um porta aviões francês, o enorme Charles de Gaulle, que estava ao largo de Portugal, voltou para Toulon, na França, com uma tripulação de 1.910 almas, sendo que 50 marinheiros estão contaminados.
Mundo sólido
Ainda na França, lado positivo, bem familiar, que provavelmente acontece no resto mundo: o lazer entre familiares com o aumento ou volta ao saudável hábito dos jogos de tabuleiro, como Banco Imobiliário, entre outros. E tem até o lado engraçado. Na França, tirando o jogo do baú, as notas de dinheiro ainda eram o Franco. Os jovens nem conheciam o Franco porque já nasceram na época do euro.
Mundo imortal
Imaginem o jogo no Brasil, com “notas” de Cruzeiro, Cruzados ou Cruzeiros Novos! Outro fenômeno positivo, na Europa é que, no lugar dos idosos, antes voluntários e agora em casa, os jovens distribuem alimentos aos sem teto, em carrinhos de supermercado. Muitos voluntários e muitas doações também de particulares aos hospitais. A seguir, mais pontos positivos.
Lança-Perfume
* Sempre na França, comprovamos que a necessidade é a mãe da criatividade.
Muita gente trocando receitas de culinária pelo computador e caçando outras na internet, ressuscitando o delicioso hábito da cozinha saudável e, literalmente, caseira.
Outra: particulares emprestando apartamentos em Paris aos profissionais da saúde que moravam fora ou longe dos hospitais.
* Na Inglaterra, fora das mensagens anuais de Natal, a rainha da Inglaterra fez raro pronunciamento.
Em 68 anos, Elizabeth II tinha feito apenas quatro pronunciamentos: na Guerra do Golfo, nas mortes de Lady Di e da Rainha Mãe, e pelos seus 60 anos de reinado, em 2012.
Há duas semanas fez outro, agradecendo às equipes da saúde e, otimista, assegurando que a Reino Unido vencerá o vírus.
* Do outro lado do mundo, no Japão, fato muito pitoresco, durante o medo da segunda onda da pandemia na Ásia.
Preservando as liberdades individuais, depois de forte e traumatizante militarismo na 2ª Guerra Mundial, boates, bares, restaurantes e metrô estavam cheios de gente animada.
Com o aumento dos casos, o governo japonês repensou e proibiu tudo, pincipalmente em Tóquio e Osaka, as maiores cidades.
Cancelaram até o Sakura, tradicional e lindo festival das cerejeiras em flor, cartão-postal do país ao lado do Monte Fujy.
* Já em Hong Kong, China, uma das maiores cidades do mundo, poucos casos, poucas mortes e nada de confinamento, tudo funcionando, mas com toda a população usando máscaras, o que coloca em dúvida a quarentena.
* Na Bélgica, um robô-totem circula sozinho e à distância, desinfetando ambientes com raios e calor ultravioleta. Na Sérvia, quem desinfeta são os drones.
* Em Taiwan, num jogo de baseball, os torcedores são feitos em papelão, enchendo as arquibancadas e a charanga é tocada por robôs.
* Na Rússia, bailarinos e bailarinas dançam os clássicos na cozinha, no quarto, na sala de jantar, no jardim, e postam os vídeos nas redes sociais.
* Na Síria, em meio à guerra civil, ao ar livre, crianças aprendem a usar máscaras e lavar as mãos.