Dolce Vita | domingo, 15 de novembro de 2020

As eleitas de hoje são Alice Vidal e Isadora Gontijo

Foto: Edy Fernandes

A campeã de votos, Amanda Diniz

Foto: Edy Fernandes

Eleita no primeiro turno, sem recontagem de votos, Daiana Previato

Foto: Edy Fernandes

Hoje é amanhã

Com Covid-19 e tudo, hoje acontecem as Eleições Municipais 2020. Um ano que vale por mais quatro, até 2024. Em 2016, este complicado 2020 estava longe. E agora? Foi-se e foice! E já vai tarde! Aí, gritamos: “O que queremos?”. E respondemos: “Uma Belo Horizonte melhor!”. E gritamos de novo: “E quando queremos?”; respondendo de novo: “Agora!”. Eleições são ótimas para pedir, exigir e, principalmente, cobrar as promessas de eleições passadas.

Hoje e amanhã

Um exemplo? Temos vários. Primeiro, mesmo se for da esfera federal, um metrô de verdade. E não um trem de superfície que nos obriga a completar o trajeto com ônibus e a pé. Ah! É muito caro, dá muito trabalho, é demorado, causa muita confusão, a topografia da cidade não ajuda? Claro! “Não há prazer sem dor!”. “É a manteiga ou o dinheiro da manteiga”. Basta vontade política! E é caro sim. Mas é para sempre.

Amanhã e agora

E se, por mil outros motivos e desculpas, um metrô de verdade for inviável, que tal a tão prometida linha 2 do “metrô que não é metrô”, mas ajuda bastante? E um VLT, que existe no mundo inteiro, sem precisar “furar” a cidade inteira? E o anel rodoviário, “que não entra mais no dedo”? Não dá para crescer e virar um lindo “colar”? Para isso temos a engenharia, a matemática, a arquitetura.

Amanhã e já

É isso, uma cidade melhor que comece agora. Coisas concretas, palpáveis. Direção, provas de vontade e de um trabalho sério. Desejamos anos bem melhores que os últimos ao atual prefeito, ou damos as boas-vindas a um novo. Vereadores, prefeitos e eleitores passam. A cidade fica, para nossos filhos e netos. É para eles a Belo Horizonte de amanhã e de depois de amanhã.

Já e rápido

Queremos segurança, trabalho, honestidade, seriedade. Progresso sustentável, respeito pelo meio ambiente. Árvores, verde na Cidade Jardim. Menos poluição e um projeto de reciclagem que realmente funcione. Ruas e avenidas com asfalto decente, que promova mais ordem e progresso; menos selvageria. Um transporte público e um trânsito humanos. Mobilidade com dignidade. Ruas iluminadas e limpas. Saneamento básico. É pedir muito querer o básico? Queremos a aplicação das leis, ver o retorno dos impostos em escolas, obras de infraestrutura e sua manutenção.

Rápido e fácil

Mais um exemplo concreto? Que tal o centro da cidade realmente recuperado, a começar pelo antigo hotel Othon Palace? Que tal obedecermos a ordem do dia e da pandemia e transformar o hotel e outros prédios abandonados em escritórios? Ah! Os escritórios são coisa do passado? Nem tanto! Que sejam então transformados em moradias. Bastam reflexão e criatividade.

Fácil e gostoso

Tudo pode, deve melhorar e evoluir. O que está faltando, de novo? Tudo por uma cidade mais rica, bonita, atraente; generosa com seus habitantes e visitantes. Esses últimos, responsáveis pela indústria mais limpa, o turismo. Ah! Monumentos de verdade, esculturas que não sirvam apenas para pombos e com pedestais maiores que as próprias estátuas. Queremos um horizonte, senhores vereadores e senhor prefeito. E, de preferência, que seja um belo horizonte. Muito obrigado.

Fácil e perigoso

Guardadas todas as proporções, confusões, dúvidas, guerras, “fake news” e teorias da conspiração, mirem-se no exemplo dos Estados Unidos. “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Na esteira do tema, um texto recebido pelas redes sociais, a refletir, antes de botar e votar na urna. Ou teclar! “Há um fenômeno ocorrendo nos países mais prósperos do mundo: os jovens afirmam ter sentimentos positivos em relação ao socialismo”.

Perigoso e belicoso

“Em pesquisa de 2017, 51% dos ‘millennials’ se identificavam como socialistas, com adicionais 7% dizendo que o comunismo era seu sistema favorito. Apenas 42% preferiam o capitalismo. Em alguns casos, a defesa do socialismo ocorre abertamente, como nos EUA, onde os jovens que apoiam o Partido Democrata abertamente se autorrotulam como socialistas”.

Lança-Perfume

* O texto segue assim: “Em outros (países), a defesa é menos explícita, como nos recentes protestos no Chile. Em comum, vemos jovens de países prósperos, que vivem em meio a uma abundância nunca antes alcançada na história do mundo. Jovens exigindo mais poder estatal, mais intervenções e menos liberdade de mercado — o mesmo mercado que lhes forneceu toda esta abundância”.

“O que explica essa contradição? Quem melhor explicou o fenômeno foi a sempre interessante crítica cultural Camille Paglia (feminista e de esquerda). Segundo ela, a atual juventude é ignorante em história econômica e, por isso mesmo, enxerga (de um jeito estranho) suas atuais liberdades de escolha (inéditas na história da humanidade) e a atual riqueza de bens de consumo à disposição. À disposição (algo também inédito na história da humanidade) como um fato consumado, como algo que sempre foi assim e que jamais irá mudar”.

Diz ela: “Tudo é muito fácil hoje em dia. Todos os supermercados, lojas e shoppings estão sempre plenamente abastecidos. Você pode simplesmente ir a qualquer lugar e comprar frutas e vegetais oriundos de qualquer lugar do mundo. Esses jovens e universitários acreditam que a vida sempre foi fácil assim. Como eles nunca foram expostos à dura realidade de seus antepassados, eles não têm ideia de que essa atual abundância é uma conquista muito recente, a qual foi possibilitada por um sistema econômico muito específico”.

Sempre Paglia: “Foi o capitalismo quem produziu esta abundância ao redor de nós. Porém, os jovens parecem acreditar que o ideal é ter o governo gerenciando e ofertando tudo. Nossos antepassados tinham uma noção da realidade da vida. Já a juventude de hoje foi criada em um período muito mais pujante. Perderam o senso da realidade”.

“Em outras palavras, indivíduos ignorantes sobre história e economia acreditam que a abundância atual sempre existiu e sempre foi assim. Daí é compreensível que se sintam atraídos pela ideia de um socialismo idílico: eles genuinamente acreditam que, sob o socialismo, toda esta abundância será mantida, mas agora simplesmente será gratuita para todos.

“Haverá MacBooks, smartphones, roupas de grife, comida farta e serviços de saúde amplamente disponíveis a todos, e gratuitamente. Como resistir? Acreditando que poderão seguir usufruindo toda esta fartura, eles sonham que terão ainda mais coisas luxuosas sob um governo que confisque a riqueza alheia. Como disse Cynara Menezes, a famosa ‘Socialista Morena’: ‘No socialismo todos terão iPhone!’”.