Dolce Vita | domingo, 15 de dezembro de 2019

A super Ludmilla Araujo, emoldurada por Félix Diez e Renato Tavares, respectivamente superintendente e gerente de marketing do BH Shopping, no lançamento do Calendário Solidário, que aconteceu nos corredores do mall

Foto: Adriana Gonçalvez


Vende-se paraíso

Reza a lenda que, certa feita, o poeta Olavo Bilac (1865-1918) foi abordado por um comerciante: “Sr. Bilac, preciso vender meu sítio. Poderia redigir um anúncio?”. Bilac escreveu: “Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo; cortada por cristalinas águas de um ribeirão. A casa é banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda".

Vende-se maravilha

Meses depois, Olavo Bilac topa com o homem e pergunta-lhe: “Vendeu o sítio?”. E o comerciante, meio sem graça, responde: “Nem penso mais nisso! Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que eu tinha!”. Às vezes, não percebemos as coisas boas que temos conosco e vamos longe, atrás de miragens e falsos tesouros.

Vende-se lição

Moral da história: valorize o que você tem, a vida que você tem, a pessoa que está ao seu lado, a sua família, os amigos perto de você, o trabalho que você conquistou, o conhecimento que adquiriu, a sua saúde, o sorriso. Essa reflexão é para que possamos terminar o ano não só planejando o que queremos, mas agradecendo tudo o que nos foi permitido conquistar.


Desfilando charme e elegância nas páginas da coluna, Tarsila Brum

Foto: Edy Fernandes


Cassino do Chacrinha

Dia 2, na “Folha de São Paulo”, obrigatória entrevista com o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto. Como aperitivo, esta declaração: “Com cassinos, vamos triplicar o número de turistas estrangeiros”. E agora, verdade que não cansamos de lembrar e repetir aqui: “O Brasil recebe menos turistas por ano do que o elevador da Torre Eiffel (Paris, França)”. Segundo Machado Neto, apenas seis milhões de estrangeiros vêm ao Brasil anualmente.

Cassino e parcerias

O elevador da torre mais famosa de Paris recebe sete milhões de visitantes. A Notre Dame, sozinha, antes do trágico incêndio, 12 milhões. Para Machado Neto, o Brasil deveria liberar os cassinos. Ainda mais agora que o presidente Bolsonaro editou medida provisória transformando a Embratur em agência federal, aumentando sua capacidade orçamentária. Mais autonomia! “Vou poder fazer parcerias privadas; sair de um orçamento de R$ 33,9 milhões para R$ 508,8 milhões por ano”.

Parcerias e empregos

“Cada dólar investido em turismo se transforma em US$ 20,72 em benefícios para a sociedade. O turismo é das poucas atividades que não serão afetadas pela tecnologia, que vai causar desemprego em vários setores menos no turismo. Vai do piloto do avião ao piloto da van, da cozinheira do hotel à fábrica de ar-condicionado”.

Empregos e rendas

“O Brasil hoje tem US$ 8 milhões para investir em turismo internacional. A Argentina tem US$ 90 milhões, a Colômbia, US$ 120 milhões e o México, US$ 400 milhões. O México é mais violento do que o Brasil e recebe 39 milhões de turistas por ano. Nós recebemos seis milhões”. Quanto ao turismo como motor da economia, já temos a liberação dos vistos. “Nosso objetivo é a geração de emprego e renda. O governo também está fazendo liberação de capital estrangeiro nas companhias aéreas”. Outra coisa muito importante é a redução expressiva da violência.


Linda, leve e solta: Taynara Gomes

Foto: Edy Fernandes


Lança-perfume

* Continua Machado Neto: “O presidente liberou o visto para os chineses e já recebemos a notícia de que o Brasil foi eleito o melhor destino potencial de 2019 e 2020 para a China”.

“Ganhamos a Copa do Mundo do Turismo na maior feira sobre o tema, em Londres, a WTM. Ganhamos o Oscar do Turismo e o Brasil foi eleito o maior potencial de crescimento e de bons negócios do mundo, mesmo depois da crise da Amazônia”.

“Temos 40 mil hotéis e apenas 45% de ocupação. Os donos dos hotéis estão com a chave na mão esperando o hóspede. 96% dos turistas querem voltar, saem encantados”.

“Mas, precisamos capacitar a língua inglesa, numa parceria com o Ministério do Turismo e com o Sebrae”.

“Estudamos a adequação do Brasil a um modelo de desenvolvimento de clusters turísticos: hotéis e resorts integrados a centros de convenções, lojas, arenas de shows e cassinos”.

“O hotel The Venetian Las Vegas tem 7.200 leitos, mas emprega 11.400 pessoas. Durante a semana em que eu estive lá, rodaram em uma feira mais de 120 mil pessoas”.

Outra coisa, um cluster tem arena de show e cerca de 200 lojas”. Gosto do que foi feito em Singapura e Macau”.

“Lá, um hotel com 3.000 leitos, centro de convenções para 50 mil pessoas por semana e arena de shows pode ter um cassino. Não existe um local específico, pode ser no Brasil inteiro”.

“Grupos americanos já disseram que, se o Brasil liberar os cassinos, terão mais de US$ 15 bilhões [R$ 63 bilhões] para investir aqui”.

Machado Neto luta por uma zona franca de parques temáticos. Um local que não comporte apenas um. Um lugar que tenha gente para trabalhar e aeroporto próximo. Que tal BH?

“E também quero uma política de céus abertos no Mercosul, como é na Europa”.

“Precisamos transformar o Brasil no paraíso dos cruzeiros. Não temos maremoto, terrorismo, terremoto. Mas precisamos ser um ambiente fértil para os negócios”.

Por exemplo, no mundo todo, os cruzeiros respeitam as normativas mundiais para o trabalho, aqui precisa de CLT. Estamos deixando de ganhar renda”.