Dolce Vita | domingo, 14 de abril de 2019

Belas e feras, em happy hour no Emporio Paraíso, no Vila da Serra: Ana Maria Ferreti, Riva Ranieri, Fera Carvalho e Daniela Pacheco

Foto: Paulo Navarro

Amanda Ribeiro e Dani Matioli, emprestando sua beleza para a coluna

Foto: Edy Fernandes

Herói bandido

Como sabem, o plástico é o grande vilão da vez. O novo inimigo número um do meio ambiente. O plástico, que débeis mentais e porcos – com o perdão dos suínos – jogam nos oceanos, mares, rios e córregos é enorme ameaça ao futuro, como o desmatamento. Não por outro motivo, o Parlamento Europeu acaba de validar, definitivamente, a proibição de certos plásticos descartáveis como pratos, talheres e canudinhos. A proibição começa em 2021. Estamos falando de 25 milhões de toneladas.

Bandido sujo

Destas toneladas de lixo plástico, produzidas anualmente na Europa, apenas um quarto é reciclado. A interdição valerá inclusive para alguns plásticos biodegradáveis – das sacolas – que se decompõem com o tempo, em micropartículas e, assim, penetram ainda mais facilmente na cadeia alimentar. Na esteira, um detalhe: o “poluidor pagador”, introduzindo a responsabilidade do produtor que deverá arcar com os custos da coleta de guimbas de cigarro e redes abandonadas no mar. Isto sim deveríamos importar.

Bandido assassino

Na Europa, mais de 80% do lixo no mar são oriundos do plástico. Os resíduos plásticos são encontrados em vários espécimes marinhos, como tartarugas, focas, baleias e pássaros. Mas também nos peixes e moluscos, logo, indiretamente, acabam presentes na cadeia alimentar humana.

Plano assassino

Nosso amigo e especialista em tudo, José Aparecido Ribeiro, repassa-nos um texto perfeito e fundamental, urgente; onde um arquiteto alerta para os riscos que BH corre caso o Plano Diretor para a cidade entrar em vigor. Por várias vezes, aqui mesmo, já falamos, sugerimos e cobramos a revitalização do centro de BH.

Plano perigoso

Em vez disto, nossas autoridades e construtoras insistem em criar cidades em torno da capital, desperdiçando espaço, tempo, dinheiro e travando ainda mais o trânsito cada vez mais caótico. Em qualquer grande cidade do mundo, o centro é o local mais interessante, mais cheio de história e de patrimônio arquitetônico. BH, além de jovem, destruiu seu parco passado, abandonou as poucas pérolas e deixou o resto para o tempo degradar.

Plano feio

Belo Horizonte não tem mais horizonte belo, muito menos é a Cidade Jardim. A começar pela Avenida Afonso Pena, cheia de prédios caindo aos pedaços e sem as árvores que a deixavam linda, nos canteiros centrais, entre as duas pistas. Por toda a cidade, abundam prédios pequenos e feios, sem o mínimo valor histórico ou arquitetônico. Deveriam ser derrubados e substituídos por outros, maiores e mais bonitos.

Feio e vazio

Falta a BH outro aparato essencial para uma civilização: metrô. Custa caro, a obra demora e incomoda, mas é para sempre. Nossa vizinha Buenos Aires, na Argentina, tem metrô há 100 anos. O de Londres, mais de 150. Topografia acidentada é papo para bovino dormir. Em Paris e Londres, o metrô passa muito abaixo dos rios Sena e Tâmisa.

Vazio e inchado

Mas, resumamos o texto de Thiago Magalhães Gomes Jardim, arquiteto e urbanista pelo Instituto de Tecnologia de Illinois, IIT, Chicago, economista pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, Ibmec, Belo Horizonte, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Rio de Janeiro. O homem sabe, é um Paulo Guedes.

Vazio e oco

Belo Horizonte é uma cidade agradável, nova, com um clima ameno e uma arquitetura saudável. Mas, desde 1996, em decorrência da aprovação de um novo plano diretor, os grandes edifícios, antes concentrados na região central, se espalharam pelo território do município, especialmente em direção à região sul.

Lança-Perfume

* Continuando sobre o sinistro Plano Diretor, ele inviabiliza o aproveitamento dos terrenos da abandonada BH.

Mais de R$ 6 bilhões foram para Nova Lima, Betim, Lagoa Santa etc., enquanto os edifícios belo-horizontinos envelhecem e se desvalorizam.

Hoje, o metro quadrado na região central é muito inferior ao da Alameda da Serra, em Nova Lima.

Urge a renovação dos edifícios e a ampliação do estoque imobiliário, evitando a fuga de investimentos, trabalho e residências para outros municípios.

Para os ricos, ficam os empreendimentos novos. Para os pobres, os edifícios antigos ou os abandonados, que sofrem colapso ou pegam fogo facilmente.

Alegar que não há espaço para novos edifícios em BH e que o centro não comporta mais edifícios por causa do trânsito é besteira.

65% dos edifícios dentro da Contorno têm cinco andares ou menos e poderiam ceder espaço a edifícios mais altos.

Em Chicago e Nova York, edifícios de até 30 andares são trocados por edifícios de 100.

A diferença entre um edifício de cinco e um de 100 andares está no valor que passa de R$ 5 milhões para R$ 100 milhões, multiplicando o valor do IPTU e de outros impostos.

O terreno também se valoriza. Cem andares – e nem precisamos de tanto – economizam mais terras e gastos em infraestrutura do que 20 prédios de cinco andares.

Com o metrô, que não temos, as cidades criam um distrito central ativo e renovado. Um arranha-céu de 100 andares em Nova York agrega US$ 4,5 bilhões à cidade.

Uma propriedade de cinco andares que ocupa um terreno de proporções semelhantes em BH não chega a valer R$ 50 milhões.

Com 170 metros de altura, o edifício mais alto de Minas, o Concórdia, não está em BH, mas em Nova Lima. O edifício mais alto de BH é o JK, construído em 1963, com 120 metros.

Para que BH retome o crescimento é necessária a revisão do Plano Diretor atual, que custou R$ 4,7 milhões ao contribuinte e sequer avaliou o impacto na atividade econômica do município.

Rasgar dinheiro e história deve dar prazer. Vá saber!