Dolce Vita | domingo, 13 de outubro de 2019

A linda fotógrafa e empresária Lu Matosinhos, de malas prontas para conhecer as lendárias pirâmides do Egito

Foto: Arquivo Pessoal


Em céu de brigadeiro, brilha a estrela do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte: Marina Guimarães, na inauguração do Ambaar Lounge

Foto: Edy Fernandes


As chiques e elegantes Flávia Pieri, Iracema Lichter e Camila Mattar, desfilando charme pelos salões do Marô, nos 15 de Laura Mascarenhas

Foto: Edy Fernandes


Política no divã

Nunca a política provocou tantos dramas pessoais no Brasil. Virou tema constante nos consultórios de psicanálise. “Até onde o problema é meu ou do mundo?”. O psicanalista Marcus Teshainer é fonte para essa pauta. Com os clássicos traumas de infância, dificuldades de relacionamentos, problemas não resolvidos e questões profissionais, agora nossa nociva e perversa política.

Divã no CTI

“Freud sempre olhou para o social, o político e o religioso como elementos a serem considerados na formação dos sintomas psíquicos. O coletivo está presente nos modos de adoecimento”, explica Teshainer. Palavras como polarização, fascismo, comunismo, liberalismo, governo, entre outras, convivem com questões íntimas, aquelas que se manifestavam entre quatro paredes.


Paisagem Urbana

Quando de minhas panorâmicas janelas, no Vila da Serra, vejo a feia selva de pedra matando a mata virgem do Vale do Sereno, Nova Lima, sou tomado pela sensação de impotência. Vencido, subjugado pela “força da grana que ergue e destrói coisas belas”, como canta Caetano Veloso, sobre nossa maior floresta de pedra, aço, concreto e vidro, a linda e selvagem “Sampa”, São Paulo.

Paisagem triste

É a poesia, não concreta, mas em concreto: “Alguma coisa acontece no meu coração”. É a tal da paisagem urbana que poderia ser bela e mais humana. Em vez disto, ganham campo a ambição e a especulação insaciáveis que, impiedosamente, matam o verde. Não diferente desta triste característica da Vila da Serra, o Vale do Sereno segue o rumo da verticalização sem fim. Até de buracos brotam prédios enormes.

Paisagem fechada

Sabe-se que, de verde, sobrarão apenas dois pequenos terrenos. Toda a área tem alvará de construção concedida pela administração municipal anterior. Duro é constatar que, neste horizonte, apesar dos pesares, não existem saídas por terra, ruas e avenidas. Não se “morre na praia”, morre-se entre montanhas de prédios mesmo. Um beco sem saída em torno da Serra do Curral.

Paisagem doente

Trata-se de um gargalo na mobilidade que sufocará todas as regiões de Nova Lima e municípios vizinhos. Caso sério, digno de ações do Ministério Público que, como em qualquer lugar civilizado do mundo, dá vivas ao progresso. Melhor, deveria! Desde que haja planejamento de administrações quanto à infraestrutura viária, ambiental e sanitária. Não há! Somam-se ao acelerado crescimento desse contexto edificações que, em curtíssimo prazo, entupirão artérias para um infarto fulminante, na principal veia de acesso a BH.

Paisagem desoladora

É o caso do genial empreendimento Concórdia, que abrigará, a partir de 2020, 1.500 funcionários da Vale. Isto, além de outras empresas, em seus 31 andares. E, pasmem! 800 vagas de garagem! Nada contra o empreendimento, pelo contrário. O que se questiona é a infra para empreendedores, agilidade de soluções como a da utilização da antiga ferrovia que corta a área e poderia escoar o trânsito. Daí, para sair do papel, tarde demais! Quem procurou qualidade de vida “dançou”.


Lança-Perfume

* Continuando a verticalização infinita: embora vejamos algumas obras de infraestrutura da associação dos empreendedores na região, ela é apenas paliativa. Não resolve.

A prefeitura de Nova Lima afirma ter projetos para o futuro. Tomara! Enquanto isso, temos modestas e recorrentes sugestões.

Como dizia um famoso construtor, “BH, em vez de canteiro de obras, faz obras em canteiros”.

Que tal trocar obras de prédios por obras em infraestrutura, lazer e entretenimento?

Tudo é trabalho, dinheiro. A qualidade de vida que todos procuraram valorizam os imóveis, sejam residenciais ou empresariais.

Ninguém quer o Belvedere e o Vila da Serra como os saturados outros bairros de BH. Ninguém que perder horas preciosas parado no trânsito.

Qualidade de vida tem preço. De que adianta morar no paraíso com os mármores do inferno; caos, preocupação, estresse, raiva?

Áreas verdes, além de valorizar o entorno, conferem aos bairros mais beleza, elegância, conforto e saúde.

Áreas verdes ajudariam até mesmo a revitalização do centro da cidade. Áreas verdes atrairiam novos moradores, novo comércio, novas vidas.

O centro de BH é um desperdício de tudo, a começar de toda a infraestrutura já pronta. O que falta ao centro são atrações e opções de moradia, lazer, entretenimento e comércio mais “rico”.

Mas, principalmente, nesta coluna, este tema e este texto todo são palavras ao vento. Discurso no deserto. Os problemas de moradia e mobilidade de Belo Horizonte serão eternos e cada vez maiores enquanto o problema de transporte não for resolvido.

Nossas autoridades têm pavor da palavra metrô, mas é a única coisa, entre outros meios de transporte modernos e variados, que vai resolver a mobilidade urbana e atrair investimentos; senão, ressuscitando a cidade, mas praticamente criando outra.

Em todo lugar do mundo é assim que funciona, menos em BH, contentando-se com medidas paliativas e inúteis, péssimo serviço de ônibus e este trem de superfície que ousam chamar de metrô. O resto é conversar para boi ter pesadelo.