Dolce Vita | domingo, 13 de janeiro de 2019

Daniela Medioli e Camila Mattar, em close para a coluna deste domingo

Taniele e Kédima Nassif

Stefania e Georgiana Mascarenhas

Cláudia Resende e Diva Antonini


Ironias da história

Os “bárbaros”, vikings, que derrubaram o Império Romano, são, hoje, o que há de mais civilizado e rico no planeta; a Escandinávia de Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, com Lapônia e tudo. É aquela velha história, dinheiro pode não trazer felicidade, mas ajuda muito ou manda buscar.

Ironias do norte

Por isso mesmo, os países nórdicos encontram-se no topo da almejada felicidade. Recente pesquisa sobre o assunto mostrou dados deveras interessantes. Por exemplo, na Dinamarca, temos o “hygge”, que na tradução diz: “felicidade é desfrutar dos pequenos prazeres da vida, na companhia das pessoas queridas”. Na Suécia, temos, modestamente, a felicidade como “procurar a moderação em tudo”.

Ironias do mundo

Na Noruega deve ser comer bacalhau, talvez. Mas, na Finlândia, onde tudo funciona como relógio suíço, a felicidade é bem mais palpável, engraçada e adaptável: “ficar em casa sozinho, bebendo e vestindo apenas roupas de baixo”; calcinha rosa, cueca azul e vice-versa. Este tema surgiu aqui porque o titular da coluna, em férias, na escaldante cidade do Rio de Janeiro, mandou-nos suas impressões do primeiro verão no Brasil novo.

Ironias e areias

Conta ele, direto de “Copacabana Beach”, que a praia, num calor panamenho de derreter camelos de pedra, está infestada de estrangeiros ilegais disputando as areias com os já famosos camelôs cariocas. Vendem de tudo: biquínis, cangas, toalhas, óculos etc. Além disso, com a partida em massa da multidão de argentinos, restou a pobreza de outros carnavais e de sempre. Em toda a zona sul, moradores de rua abundam.

Areias cariocas

Em qualquer canto, calçadas de bancos e comércio, estes “brasileiros que nunca desistem”, párias da sociedade, se esticam em acampamentos altamente improvisados, sobre trapos e papelão. Uma tristeza! Uma vergonha, para um país tão rico e desigual. Uma covardia em que todos perdem. Isto além da carestia. No Rio de Janeiro tudo está ou é mais caro que São Paulo.

Areias e curvas

E se os infinitos ambulantes são frutos diretos da crise, a ação policial está digna da draconiana fama do novo governador do Rio, Wilson Witzel, e do presidente Jair Bolsonaro. Não tem misericórdia. E como dizia Tom Jobim, “as garotas (no caso, de Copacabana) estão cada vez mais lindas e formosas, esnobando a nós, cada vez mais velhos”. Daí, a retomada de outra fama do bairro como polo de lindas e jovens prostitutas. E mais, os mineiros sumiram dos calçadões e da praia mais famosa do mundo.

Curvas na selva

Herança do “socialismo moreno” de Brizola, Copacabana é do povo como o céu é do avião. Os ricos estão lá, cada vez mais reclusos em suas tribos nos hotéis chiques ou a caminho de Angra dos Reis. Já os “Tarlinhas” e “Janinhas” – corpos de Tarzan e Jane, com cabeça de galinha – estão onde sempre estiveram. Mulheres esculturais e homens musculosos com cabelos esquisitos como os de Neymar.

Selva de pedra

E tem mais. Malandragem generalizada, jeitinho e Lei de Gérson. Muita gente à toa na vida. Prédios na avenida Atlântica ainda assombrados por aposentados da ex-capital federal. Velhinhos cujas pensões não conseguem acompanhar a alta dos condomínios.

Selva tropical

Como todos sabem, Copacabana continua sendo a maior concentração de idosos – muito ativos – do Brasil. Ai de quem tentar serviços que tenham fila para a terceira idade! Depois dessas, só podemos recomendar aos cariocas e aos brasileiros a receita finlandesa de felicidade: fiquem casa, pelados, no ventilador ou ar-condicionado, bebendo cerveja gelada.

Lança-Perfume

* E um dos charmes das e dos cariocas é lançar moda. E todo verão tem uma nova. A moda verão 2019 é marca de biquíni e sunga feita com fita isolante, pasmem!

“Culpa gostosa” da cantora Anitta, que comete uma música proporcionalmente oposta ao corpo monumental.

Num já famoso e polêmico clipe, no morro do Vidigal, Anitta trocou o biquíni por fita isolante.

A moda contagiou e contaminou mulheres e até homens, nas areias e, principalmente, nas lajes das favelas. Agora, não seria mais fácil fazer marca de biquíni, com biquíni?

* Combinando o clima de biquíni com BH, a 3ª edição da festa Do Rio a Salvador, dia 19, às 18h na Marô. Para dançar, Kevinho, Psirico e o bloco Fica Comigo.

Kevinho, com apenas 20 anos e batidas do funk, tem mais de 2 bilhões de visualizações no YouTube.

Da Bahia, o Psirico, com Márcio Vitor e o carnaval baiano. Fechando, o bloco carioca Fica Comigo e muito pagode dos anos 1990. Tudo isso é Do Rio a Salvador!

* E para quem viajou e voltou, para quem ainda acha que BH é morta em janeiro, dois superaniversários, na noite do dia 9.

Primeiro, em happy hour, a sócia-fundadora do Tip Top, dona de todo charme, de toda a elegância do mundo, Mercedes Recoder.

No Tip Top: fãs, correligionários, cúmplices, amigos e até fantasmas lotaram as mesas, dentro e fora do bar/restaurante, prestes a completar 90 anos. Foi quase um crime, pena que não tenha sido um pecado.

Em seguida, partimos para outro aniversário, o do médico André Márcio Murad, na Pizza no Galpão, do incontornável Marco Malzone. Grupo seleto, risadas democráticas e cumplicidade total.

Ótima pizza e “bebes”. Música ambiente, impecável, nunca sorvida em outro lugar, o jazz mais puro e clássico do planeta Terra.

Confidências e Inconfidências. Deu até sugestão de, ano que vem, comemorar os dois aniversários no mesmo lugar. No Tip Top ou no Galpão da Pizza. Lourdes ou Prado, habitat da amizade e do bom humor.