Dolce Vita | domingo, 10 de março de 2019
Encontro de belas no Ah! Bon: Heloísa Tomasi e Renata Pereira
Foto: Paulo Navarro
As gatas Patrícia Lemos e Maitê Leite de Andrade, esbanjando charme e elegância
Foto: Edy Fernandes
Toalete de papel
Há muito tempo dizem que livros e jornais estão com os dias contados. Foi-se o tempo em que jornal servia para embrulhar peixe. Tem madame procurando jornal gratuito ou comprando os mesmos. Com a finalidade de leitura, conhecimento e cultura? Na verdade, para seus cachorrinhos.
Olhos vivos
Cúmplice da música, cinema, da Broadway e moda americana, a designer e jornalista brasileira Lorena Campos – há 8 anos em Nova York – lançou parceria com o rapper americano Sean Paul, que, por sua vez, tem parcerias com Beyoncé, Santana, Dua Lipa, David Guetta. A coleção cápsula tem dez modelos de óculos e está em “pre order” no mês do “Valentine’s Day” (Dia dos Namorados). As vendas regulares começam neste mês. O trabalho reflete “a batida, o movimento corporal e estilo dos rappers”.
Quem deixou?
Hoje, um texto que pescamos no oceano internet e, infelizmente, tivemos que resumir. É assinado por Ruth Manus e começa perguntando com indignação: “Quem deixou meus pais envelhecerem? O combinado não era eles serem jovens para sempre?”
Quem autorizou?
“Meus pais não são velhos. Isto é relativo. Aos olhos da minha avó, são muito moços. Aos olhos dos amigos deles, são normais. Aos olhos das minhas sobrinhas, são muito velhos. Aos meus olhos, estão envelhecendo. Sempre me causando estranheza. Me assustei quando minha mãe fez 60 anos. 59 não pareciam muito. Quando fizer 70, espero não me assustar mais”.
Quem provocou?
“É difícil conciliar nosso espírito de filho adulto com o envelhecimento dos nossos fortes heróis. A gripe, as dores deles eram nada. As nossas sim. De repente, o quadro se inverte. Uma simples tosse deles nos parece estranho sintoma de doença grave e não apenas um pigarro”.
Quem permitiu?
“Seus passos mais lentos não parecem calma, mas limitação física. Uma conta não paga parece esquecimento e não simples atraso como os nossos. Começamos a sentir o indescritível medo de perdê-los – mesmo que isto ainda possa levar 30 anos. Frequentemente, nos irritamos com eles”.
Quem fez?
“Nos irritamos como se eles não estivessem tendo o comportamento adequado e, logo, porque não são eternos. E se transformam quase em filhos nossos, de tão frágeis. Mas nossa fúria não é contra eles. É contra o tempo. O mesmo tempo que cura, ensina e resolve é o tempo que avança implacável. E, ao ver a decadência física deles, estamos, sem saber, vendo e esperando a nossa. Dá vontade de gritar: “Chega, tempo! Basta! 60 já está bom! 65 no máximo, 70, 75... Não mais do que isso!”.
Quem concordou?
E mais: “Tempo, não avance, não avance mais! E, erroneamente, canalizamos nos nossos pais esse inconformismo. O fato é que, às vezes, a lentidão, o esquecimento e as limitações são, de fato, frutos da idade. Outras vezes, são apenas frutos da rotina, tão naturais quanto os nossos equívocos. Seja qual for a circunstância, eles nunca merecem ter que lidar com a nossa angústia”.
Quem treinou?
“Eles já lidaram com os nossos medos todos. De monstros, de palhaços, de abelhas, de escuro, de provas de matemática ao longo da vida. Eles nos treinaram, nos fortaleceram, nos tornaram adultos. E não é justo que, logo agora, eles tenham que lidar com as nossas frustrações”.
Quem aceitou?
“Eles merecem que sejamos mais generosos, com mais paciência e menos irritação. Menos preocupação e mais apoio. Mais companheirismo e menos acusações. Menos neurose e mais realismo. Mais afeto e menos cobranças. Eles só estão envelhecendo. E sabe do que mais? Nós também. E é melhor fazermos isso juntos, da melhor forma”.
Lança-perfume
* E por falar em pais que envelhecem, tem aqueles que, além disso, têm ainda mais sorte.
Aqueles que são avós. Então, outro texto interessante sobre o tema.
* Ele começa com uma pergunta que muitas pessoas têm a felicidade de ouvir: “Mãe, posso dormir na casa da vó e do vô, hoje?”.
“Escutei dentro do ônibus, hoje de manhã. Quando consegui me virar para ver a criança que me fez voltar ao passado apenas com uma frase, ela já não estava mais ao alcance dos meus olhos”.
“Viajei longe. Quando foi que o tempo passou e nos fez adultos cheio de prioridades chatas?”
“Lutamos todos os dias por alguma coisa que não sabemos se é o que realmente queremos, quando, na verdade, casa de avó e avô é o que todo mundo precisaria pra ser feliz”.
“Casa de avó e avô é onde os ponteiros do relógio tiram férias junto com a gente e passam os minutos sem pressa de chegada”.
“Casa de avó e avô é onde uma simples macarronada e um pão caseiro ganham sabores diferentes, deliciosos”.
“Casa de avó e avô é onde uma inocente tarde pode durar uma eternidade de brincadeiras e fantasias”,
“Casa de avó e avô é onde os armários escondem roupas antigas e ferramentas misteriosas”.
“Casa de avó e avô é onde as caixas fechadas se tornam baús de tesouros secretos, prontos para serem desvendados”.
“Casa de avó e avô é onde os brinquedos raramente surgem prontos, são todos inventados na hora”.
“Casa de avó e avô, onde tudo é misteriosamente possível de acontecer. Mágico. Sem preocupações”.
“Casa de avó e avô é onde a gente encontra os restos da infância dos nossos pais e o início de nossas vidas”.
“Casa de avó e avô, só mesmo lá dentro, no endereço do nosso afeto mais profundo, tudo é permitido”.
“Esse luxo não pode me pertencer mais – infelizmente – viverá comigo apenas nas mais bonitas recordações”.
“Mesmo assim, pudesse eu fazer um pedido agora, de todos os pedidos do mundo, eu pediria a mesma coisa: ‘Posso dormir na casa da vó e do vô, hoje?’”.
Autor desconhecido, muito sábio, grato e feliz. Com certeza, a melhor época da vida!